segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

JSD (Área Oeste) quer novo distrito e região no Oeste

Para vossa informação, junto remeto notícia publicada no região de Leiria relacionada com a criação de um novo distrito que contaria com a participação de alguns concelhos do distrito de Leiria.

E se alguém, de repente, lhe oferecer um distrito a Oeste? Isso é um mero impulso? Não, explica a JSD da Área Oeste. Marco Claudino lidera a estrutura regional da JSD que hasteou a bandeira de criação de um novo distrito que se estenderia da Nazaré a Mafra, “roubando” o Oeste a Leiria e Lisboa. Mais, acredita que o Oeste é o local ideal para ensaiar a regionalização.
O jovem Marco Claudino aponta o cerne da questão para as sucessivas divisões administrativas que criaram no país uma verdadeira manta de retalhos, com costuras que se entrecruzam em demasia precisamente neste enclave partilhado pela capital e Leiria.
A ideia passa sobretudo por dotar de circunscrição administrativa uma entidade que, na prática, já existe, defende. Pode ser sob a forma de distrito, ou mesmo de região. Mas a impaciência de Claudino face à incoerência das fronteiras administrativas com a realidade impulsionou a ideia de avançar com a região piloto do Oeste, mesmo antes que esta reorganização alastre a todo o continente. E aponta 2011 como data possível para ter as duas entidades a “funcionar”.
Conta mesmo apresentar, na próxima assembleia da Comunidade Intermunicipal do Oeste, uma proposta de recomendação ao Governo e à Assembleia da República para que avance com a criação do distrito e da região piloto. O distrito funcionaria como primeiro patamar e a região como segundo num processo de transferência de competências. Mas ressalva: “esta ideia não é uma afronta a Leiria ou a Lisboa”. É antes a preocupação de finalmente conceder ao Oeste o estatuto que este deve ter.
O entusiasmo em torno desta ideia parece arrefecer à medida que a idade avança. Fernando Silva, líder da distrital de Leiria da JSD, não afasta a divisão a Oeste. Diz-se inclinado a apoiar um processo de regionalização, que compreenda as cinco regiões plano – coincidentes com as NUT II. Mas acrescenta-lhes uma sexta região. Onde? Adivinhou, no Oeste. E porquê? Porque tem identidade própria a nível económico, social e cultural e porque já funciona como uma autêntica região há muitos anos, nomeadamente ao nível do associativismo municipal”, explica este jovem de Ansião. O seu “vizinho” de partido e de concelho, Fernando Marques, presidente da distrital do PSD e líder do município de Ansião, considera extemporâneo discutir uma região no Oeste, ou mesmo a regionalização. A experiência dos anos no palco autárquico e regional, aconselham-no à defesa de um debate calmo sobre esta matéria, mais tarde. Mas sempre admite apoiar a regionalização num mapa das cinco regiões.
Não menos veterano, o autarca do Oeste, Fernando Costa, líder do município de Caldas da Rainha, não enjeita a regionalização, mas foge do mapa de cinco regiões, apontando antes para um modelo de oito ou nove regiões, sendo que uma delas poderia muito bem compreender todo ou parte do distrito de Leiria, o norte do distrito de Lisboa e Santarém. Rosto habitual nas lutas do Oeste, o autarca contorna desta forma o cenário da nova região.
Leiria rejeita ideia
“O país é pequeno e há que manter o sentido de bom-senso”. Paiva de Carvalho, a figura que personifica a unidade distrital tem séria dificuldade em perceber a utilidade de um distrito ou região piloto no Oeste. É regionalista, mas o “divórcio” do Oeste não se encaixa nessa dinâmica, sendo encarado antes como uma tendência para “fragmentar”.
Da mesma família política, João Paulo Pedrosa, líder da distrital do PS, afasta o cenário de criação de distritos a gosto. “A delimitação administrativa do país não está em reconversão, senão haveria distritos e regiões para todos os gostos”. Entende que “o associativismo municipal, do qual, por exemplo, a NUT III do Oeste tem sido um bom exemplo, é o melhor caminho para dar dimensão à resolução de problemas que localmente não conseguem ser superados”. Por sua vez, Isabel Damasceno, líder da AMLEI e da Câmara de Leiria, acredita que os distritos podem vir a extinguir-se, o que esvazia essa pretensão. “Penso que o desenvolvimento do inter-municipalismo poderia, a prazo, dispensar a existência dos distritos, pelo que não vejo qualquer interesse em criar mais um”, explica.
Até mesmo Gonçalves Sapinho, líder do município de Alcobaça, que “fugiu” para a comunidade de municípios do sul do distrito, enjeita qualquer cenário de nova região ou distrito a Oeste.