sábado, 14 de março de 2009

PSD faz balanço dos quatro anos do Executivo de José Sócrates

Os maus resultados de Portugal são anteriores à crise internacional e resultam das “más opções tomadas desde o início” do mandato de José Sócrates. A opinião é da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, que fez hoje um balanço dos quatro anos de governação socialista com maioria absoluta. Na sessão, a social-democrata criticou também o “condicionamento da liberdade de expressão dos media” feito “em nome dos interesses do Governo” – em referência às declarações do primeiro-ministro feitas no Congresso do PS, em Espinho.

Segundo a presidente do principal partido da oposição, “este Governo fingiu esquecer que o PS esteve 11 anos no Governo” e tem-se limitado a “potenciar o dirigismo e a discricionalidade governamental” ao incentivar o conflito com várias classes profissionais.

“Eu não acredito na desautorização das classes profissionais”, clarificou Ferreira Leite, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde lamentou que estes anos não tenham passado de um “longo intervalo publicitário”. E defendeu que se o PS tivesse nova maioria absoluta nas legislativas iria pôr de lado as promessas eleitorais e actuar contra todos os que discordaram do actual Governo.

A líder do PSD fez ainda uma viagem pelas medidas tomadas ao longo destes quatro anos, nas mais variadas áreas, e verificou que José Sócrates está apenas “preocupado com as estatísticas”. É assim que a dirigente justifica as más políticas na educação e que o Governo tenha, na saúde, “ziguezagueado e oscilado sem rumo entre o encerramento de instituições sem alternativa e a abertura de serviços sem justificação”.

Ferreira Leite acusou, ainda, Sócrates de ter desprezado “o papel importantíssimo das instituições de solidariedade social” e de ter procurado “negar o flagelo do desemprego”. E acrescentou: “No domínio económico tudo foi prometido e quase nada foi cumprido.” De acordo com a social-democrata, Portugal sofreu “o maior aumento da carga fiscal de sempre” e ficou longe da prometida convergência europeia, verificando-se mesmo um “endividamento externo impensável na ordem dos 100 por cento do PIB”.

“Sobra-nos um leque de projectos megalómanos”, lamentou Ferreira Leite, que frisou não acreditar “na asfixia das empresas e famílias em nome de obras opulentas”. Ainda assim, deixou um recado: “É bom que saibam que não estamos condenados a este triste estado de coisas. Há outra forma de fazer política, com verdade e seriedade. O PSD tem vindo a preparar o caminho para oferecer essa possibilidade aos portugueses. Hoje, mais do que nunca, Portugal precisa de uma alternativa de verdade.”