Assembleia Distrital de Leiria do PSD, reunida em 13 de Julho de 2009, com todas as Comissões Políticas Concelhias, a JSD, os Trabalhadores Sociais-Democratas e os Autarcas Sociais-Democratas, deliberou por unanimidade tornar público o seguinte
COMUNICADO
Sobre a terceira auto-estrada Lisboa/Porto, a “auto-estrada cor-de-rosa”
O Partido Social Democrata (PSD) do Distrito de Leiria ao tomar conhecimento de recente posição pública subscrita pelo presidente da Federação do Partido Socialista e adjunto do Governador Civil do Distrito de Leiria, João Paulo Pedrosa, a pretexto das concessões rodoviárias privadas na região vem nesta ocasião esclarecer que:
1. O Partido Socialista Distrital e o seu líder João Paulo Pedrosa que nos últimos quatro anos nunca disseram uma palavra sobre as principais necessidades rodoviárias dos concelhos do norte do Distrito de Leiria, desta feita, mesmo a despropósito e com manifesta ignorância, vieram a público acusar o PSD de eventuais contradições sobre a designada concessão do Pinhal Interior.
Pois bem, importa esclarecer que não há qualquer contradição entre o que diz o PSD na Assembleia da República e o que dizem e querem os Autarcas e o PSD no Distrito.
E o que diz o PSD e têm sido reafirmado pela sua líder é que não é necessária uma terceira auto-estrada entre Lisboa e Porto. E de facto não é, nem sequer é o que sempre esteve previsto no Plano Rodoviário Nacional, aprovado na sua versão actual pelo governo socialista de António Guterres.
2. O que sempre defenderam os Autarcas do Norte do Distrito de Leiria e o PSD é o que é preciso para esta região: a urgente construção do IC3 e o IC8. Leia-se o Itinerário Complementar 3 e itinerário complementar 8. Como o Presidente da Federação Distrital do PS tinha a obrigação de saber é que o conceito de IC é diferente de IP e muito diferente de uma auto-estrada.
Este Governo e também alguns Socialistas do Distrito confundem a propaganda com os interesses das populações, procurando assim esconder a verdade.
Na realidade, como eles bem sabem, o que está em causa é um negócio de muitos milhões e não a resolução imediata dos problemas de acessibilidades no Distrito. Prometem novas rodovias, mas na prática limitam-se a concessionar a privados a construção e exploração não só das auto-estradas, IP(s) e IC(s), recebem milhões à cabeça e as futuras gerações ficam a pagar estes investimentos a partir de 2013 e durante 50 anos.
É verdadeiramente um time-sharing “cor-de-rosa”. Prometem grandes luxos, recebem adiantado e depois, passados alguns anos, os outros que paguem a factura!
3. Não fosse este o caminho desastroso adoptado pelo Governo e estas vias já poderiam ter sido feitas à custa do Orçamento de Estado, como tantas outras no País e não à custa das gerações futuras. Aliás, a construção do IC 3 e conclusão do IC 8 já estiveram inscritas em PIDDAC e o governo socialista retirou-as.
Na visão dos Socialistas, depois de tantos anos à espera, as populações do Interior e Norte do Distrito de Leiria ainda seriam penalizadas com uma auto-estrada com portagem.
4. Será que o Presidente da Federação e adjunto do Governador Civil do Distrito de Leiria não sabe que o Governo já pediu aos concorrentes da concessão do Pinhal Interior para reduzir o perfil da estrada para uma velocidade de100 km/ hora para assim baixar os custos de 1.400 milhões de Euros para 700 milhões?
Talvez ignore, como tem sido a prática nos últimos quatro anos, mas agora que despertou para os interesses das populações seria oportuno questionar o primeiro-ministro e repudiar a política do Governo, uma vez que José Sócrates vem a Leiria nestes dias, sobre este tema e tantos outros que preocupam as populações do Distrito:
- O que pensa o Secretário-geral do PS sobre o aumento exorbitante do número de insolvências no Distrito, só no primeiro semestre deste ano mais de uma centena de empresas fecharam as portas?
- O que diz o primeiro-ministro ao número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego que só na região já ultrapassam os vinte mil, valores nunca atingidos e que fazem da promessa socialista de criação de 150.000 postos de trabalho, mais um acto de ilusionismo político?
- Que opinião terá o governo socialista da aplicação dos fundos do actual Quadro Comunitário (QREN), em vigor desde 1 de Janeiro de 2007 e passados dois anos e meio o País conhece apenas uma taxa de execução próxima de 5%? Será que estas verbas não seriam fundamentais para combater a crise, o como explicam a dimensão dos atrasos registados?
- O que dirá o adjunto do Governador Civil do distrito de Leiria ao Eng.º José Sócrates sobre a realidade do Distrito de Leiria, são apenas os casos de sucesso, é uma visão “cor-de-rosa” ou é um cenário cada vez mais cinzento da política espectáculo e do compadrio que pelos vistos os candidatos socialistas à Câmara de Leiria e em outros concelhos tanto gostam de insinuar?
5. Aos dirigentes políticos e responsáveis públicos não basta apenas enunciar mais promessas ou formular acusações sem sentido, é preciso realizar projectos concretos e realistas, e esse é o convite que formulamos ao presidente da Federação do PS que ao invés de falar tanto, trabalhasse mais em prol desta região e confrontasse o primeiro-ministro com problemas reais e que deveriam conhecer uma resposta urgente por parte do Governo.
Leiria, 13 de Julho de 2009
A Assembleia Distrital de Leiria do PSD
