sábado, 24 de janeiro de 2009

População de Alcobaça ao lado da líder do PSD contra TGV

Os peticionantes do 'TGV a Oeste da Serra de Candeeiros Não' e o movimento cívico de Alcobaça 'Anti-TGV' congratularam-se com as declarações da líder do PSD, Manuela Ferreira Leiria, que disse, em entrevista, que riscará a Linha de Alta Velocidade se formar Governo.
Na quinta-feira, em entrevista à RTP, Manuela Ferreira Leite considerou que "na situação actual do País, que está com um nível de endividamento absolutamente incomportável, não é possível fazer investimentos - sejam eles quais forem - que impliquem grandes importações".
Questionada pela jornalista da RTP sobre a que projectos estava a referir-se, Manuela Ferreira Leite respondeu: "Se insiste e quer que eu lhe diga um, eu dir-lhe-ei que sendo Governo riscarei imediatamente o TGV". Declarações que deixaram a população de Alcobaça satisfeitas, apelando ao Governo a "suspensão imediata do projecto".
Em comunicado, o movimento lembra a petição dos alcobacenses discutida em plenário da Assembleia da República em Dezembro, afirmando que, "até hoje, teimosamente, a maioria socialista tem ignorado os cursos para as gerações futuras e desvaloriza os impactos nefastos nas populações afectadas, bem como na sua qualidade de vida".
"Por cada dia que passa, a empresa pública RAVE custa avultados milhões ao erário público", refere o movimento, considerando que, também "as populações estão oneradas com enormes corredores 'non edificandi', onde estão impossibilitadas de usufruir das suas propriedades". Para o movimento, "urge tomar medidas", apelando ao Governo a "suspensão imediata do pojecto TGV Lisboa-Porto", a "suspensão da actividade da empresa pública RAVE", assim como o "levantamento do ónus que impende sobre as populações e proprietários".
Comissão Europeia confirma financiamento
Entretanto, a Comissão Europeia confirmou a atribuição a Portugal de um financiamento de 383,38 milhões de euros para o projecto ferroviário de alta velocidade, referem documentos do executivo comunitário.
Para a RAVE, a suspensão do projecto de alta velocidade ferroviária, implicaria a perda de fundos comunitários no valor de 383,38 milhões de euros. Na linha Lisboa-Madrid, o contrato de concessão, o primeiro concurso lançado, deverá ser assinado em Setembro, enquanto o concurso para o troço Poceirão-Lisboa deverá ser lançado em Fevereiro.
Os concursos para os dois troços da linha Lisboa-Porto (Lisboa-Pombal e Pombal-Porto) serão lançados durante o primeiro semestre deste ano, enquanto que, durante o segundo semestre, será lançado o concurso para o troço Braga-Valença, segundo o calendário do Governo. Os prazos definidos prevêem a entrada em funcionamento da linha Lisboa-Madrid em 2013 e da linha Lisboa-Porto em 2015.

Helena Amaro, com Lusa